quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Nunca esquecerei

"Nunca esquecerei e hoje lembro-me.
Rostos tornados desconhecidos, desfigurados na minha certeza de perder-te, no meu desespero.
(...) As pessoas, como eu, esperavam, não a morte, que nós, seres incaustos fechamos-lhe sempre os olhos na esperança pálida de que, se não a virmos, ela também não nos verá.
(...) Nada me era dito, mas eu, olhando, sabia tudo, como se fosse óbvio, como se não pudesse ser de outra maneira.
(...) O dilúvio no peito e o negro de te chorarmos ali, sobre ti, como se houvesse lágrimas que pudessem conter o vazio que ficou nos gestos que não fazes, das palavras que não dizes, do olhar permanente que tinhas e já não podes ter. Entraste na morte e já não podes voltar para mim, que te espero, que te amo.
(...) Na angústia, preciso de te ouvir, preciso que me estendas a mão. E nunca mais nunca mais... E espeta-se-me no peito nunca mais te poder ouvir ver tocar. Onde estiveres, dorme agora. Eras um pouco muito de mim... Ficaste em tudo em mim... Nunca esquecerei."
José Luis Peixoto (Morreste-me)

"às vezes parece que foi há meia hora que estive aqui, neste cemitério … e as lágrimas que me escorrem pela cara são as mesmas desse dia. Outras vezes, como hoje, em que o sol se reflecte com uma intensidade esmagadora nas lápides, vivo a sensação de alguma distância, como se o tempo, afinal, tivesse mesmo a capacidade de suavizar tudo, até a dor. (…) peço-lhe que nunca me deixe, que nunca se afaste, que nunca se esqueça"

Margarida Rebelo Pinto (Alma de Pássaro)
"O nosso coração é feito de uma maneira interessante. Está cheio de buracos, que doem, e que só as coisas certas podem preencher. O buraco para os amigos é quadrado e específico. Pode ser-se feliz no amor, ou na família, mas não se é feliz em cheio se não se tem a felicidade dos amigos. Há buracos para tudo: o objectivo da vida é preencher o maior número de buracos possível, sem trocar muito as posições. Diz-se que o preenchimento duns compensa o vazio doutros, mas não é assim. É verdade que há uma economia trágica, de emergência, que permite tapar buracos que doam muito, como aqueles que deixam as grandes traições e as mortes. Mas a dor do vazio lá no fundo, que não se vê, dura para sempre.”

Miguel Esteves Cardoso

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Without you i'm nothing

Brian Molko & David Bowie

Sempre amei esta canção dos Placebo, mas com o David Bowie fica mesmo Poderosa!

Do melhor ...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Round here

Step out the front door like a ghost
Into the fog where no one notices
The contrast of white on white.
And in between the moon and you
The angels get a better view
Of the crumbling difference between wrong and right.
I walk in the air between the rain
Through my self and back again
Where? I don't Know
Maria says she's dying
Through the door I hear her crying
Why? I don't know.

Round here we always stand up straight
Round here something radiates
Round here we all look the same
Round here we talk just like lions
But we sacrifice like lambs...

But the girl on the car in the parking lot
Says "man you should try to take a shot
Can't you see my wall are crumbling?
"Then she looks up at the building
Says she's thinking of jumping
She says she's tired of life
She must be tired of something (we all are tired of something)...

Round here we're never send to bed early
And nobody makes us wait
Round here we stay up very, very, very, very late
I can't see nothing...nothing round here
Will you catch if I'm falling
Will you catch me if I'm falling
Will you catch me cause I'm falling down on you.

And I can't see nothing
Nothing round here.

Counting Crows

domingo, 4 de novembro de 2007