«'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.
'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. 'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. 'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. 'Paralítico' é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. 'Diabético' é quem não consegue ser doce. 'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
'A amizade é um amor que nunca morre'.»
Mário Quintana
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
«Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no olhar da tua imagem, e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói.»
Ausência - Nuno Júdice
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A todos os que fazem parte da minha vida e, muito especialmente, ao meu nino!
Amanhã já acaba a boa vida mas estes dias foram bem aproveitados. Só hoje passeamos em Lisboa, por ser Domingo. Nos outros dias não se pode andar, é muita gente, muito trânsito, muita confusão para quem está habituado à paz de Ovar! Mas ao Domingo dá realmente para apreciar a cidade e visitar os museus e monumentos. Vale a pena!
Nos outros dias fomos até ao Portinho d'arrábida (Setúbal), a Tróia, Sintra, Oeiras e à Praia do Guincho (onde queremos regressar amanhã se o tempo estiver bom :-)
Por mim ficava mais uns dias a passear e depois voltava para a terrinha! Mas...lá terei que ficar por cá 9 meses. Bem, podia ser pior. E, claro, é por uma boa causa.
Deixo algumas fotos (a qualidade é fraca porque são do tmóvel, estas alminhas esqueceram-se da máquina fotográfica!)
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Praia de Tróia
Praia do Guincho
Palácio de Belém
Museu Nacional do Coche
Mosteiro dos Jerónimos
Padrão dos Descobrimentos
Centro Cultural de Belém
sábado, 22 de agosto de 2009
«Quando nos perdemos em bosques sombrios como estes, por vezes levamos algum tempo a perceber que nos perdemos. Ficamos convencidos de que nos desviámos apenas alguns passos da nossa rota e que a qualquer momento voltaremos a encontrar o caminho certo. Depois, a noite cai dia após dia e continuamos sem fazer ideia do sítio onde estamos. É nessa altura que admitimos ter-nos desviado tanto do caminho que já nem sabemos onde nasce o Sol.
(...)
Mas expliquei-lhe que a dor profunda é por vezes como um local específico, uma coordenada num mapa do tempo. Quando nos encontramos naquela floresta de dor, não imaginamos que seja possível encontrar um dia o caminho para um lugar melhor. Mas se alguém nos disser que já ali esteve, naquele mesmo lugar, e que conseguiu de lá sair, isso por vezes dá alguma esperança.
(...)
Sinto que o destino também é um relacionamento - um jogo entre a graça divina e a perseverança pessoal. Metade escapa ao nosso controlo, a outra metade está inteiramente nas nossas mãos e as nossas acções mostrarão resultados em consonância. O homem não é inteiramente uma marioneta na mão dos deuses, nem é inteiramente o comandante do seu próprio destino; é um bocadinho dos dois. Galopamos ao longo da vida como artistas de circo equilibrados em dois cavalos lado a lado - um pé sobre o cavalo chamado destino, o outro sobre o cavalo chamado livre-arbítrio. E aquilo que temos de equacionar todos os dias é qual dos cavalos está em causa, com qual deles posso deixar de me preocupar porque não está sob o meu controlo e qual precisa que eu o guie com esforço e concentração.
(...)
Procuramos a felicidade em toda a parte, mas somos como o pedinte imaginado por Tolstoi que passou a vida sentado em cima de um pote de ouro, a pedir moedas aos transeuntes, desconhecendo que sua fortuna estava mesmo debaixo dele o tempo todo.
O nosso tesouro - a nossa perfeição - já está dentro de nós. Mas para o reclamarmos temos de abandonar a comoção conturbada da mente e os desejos do ego e entrar no silêncio do coração.
(...)
As pessoas tendem a pensar que a felicidade é um golpe de sorte, algo que talvez desça sobre nós como o bom tempo se formos suficientemente afortunados. Mas não é assim que a felicidade funciona. A felicidade é a consequência do esforço pessoal. Lutamos por ela, procuramo-la arduamente, insistimos nela e às vezes até viajamos pelo mundo fora à sua procura. Temos de participar infatigavelmente nas manifesteções das nossas próprias bençãos. E quando atingimos um estado de felicidade, nunca devemos descurar a sua manutenção, temos de fazer um esforço supremo para continuar a nadar eternamente na sua direcção, para ficarmos a flutuar sobre ela. Se não o fizermos, o nosso contentamento inato ir-se-à esvaindo. É fácil rezar quando estamos aflitos, mas continuar a rezar mesmo depois da crise ter passado é como um processo de confirmação que ajuda a nossa alma a agarrar-se firmemente aos seus feitos.»
É muito bom ver o nosso esforço recompensado. É uma sensação óptima alcançar os objectivos que traçamos e que, com muito muito esforço, tivemos a felicidade de alcançar.
Quero agradecer a todos vós por me terem acompanhado sempre ao longo deste ano, em todos os desafios em que me aventurei. Agradecer todo o apoio, toda a confiança que depositaram em mim e também a compreensão pelas minhas ausências e falta de disponibilidade para vocês.
Deixo um especial agradecimento à pessoa da minha vida, que ao longo destes quase 10 anos esteve SEMPRE ao meu lado e sem a qual eu nunca tinha tido a coragem de me lançar nas aventuras deste ano! É assim o Amor :-)
Não podia deixar de partilhar esta felicidade com vocês.
«Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, "um dia vou construir um castelo..."
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Uma das minhas músicas preferidas de sempre, daquelas que mais ouvia em tempos passados, nos momentos mais dificeis. Deixo-vos também a versão original, interpretada pelo incomparável Freddie Mercury.
«Mama, I don't wanna die, I sometimes wish I'd never been born at all; I didn't mean to make you cry, if I'm not back this time again tomorrow...»
«Um estranho procurou o abade pastor no Mosteiro de Sceta: “Quero melhorar minha vida”, disse ele. “Mas não consigo deixar de pensar em coisas pecaminosas”. O abade pastor reparou que ventava lá fora e pediu ao estranho: “aqui está muito quente. Será que o senhor podia pegar um pouco de vento lá fora e trazê-lo para refrescar a sala?”. “Isto é impossível”, disse o estranho.
“Da mesma maneira, é impossível deixar de pensar em coisas que ofendem a Deus”, respondeu o abade. “Mas se você souber dizer não às tentações, elas não vão lhe causar nenhum mal”.»
«Encontrei um homem que entende o amor como partilha absoluta.
(...) No início, dizias-me também às vezes: «És tão nova.». Não era um elogio; havia um tom de decepção ou desencontro nesse teu comentário. E eu tinha pressa de encarquilhar, de envelhecer até ficar parecida com as mulheres que amaras antes de mim.
(...)Será uma falha de educação minha, decerto, mas a ideia de um homem está para mim ligada a solidez, protecção. (...) Junto de ti descobri, de repente, a alegria que trazia escondida numa cave do coração. Deixei de ter caves e sótãos dentro de mim, corredores escuros onde o vento do medo uivava. Nunca mais fui assombrada pelas roucas marés da infância.»
"Fumo, sonho, recostado na poltrona. Dói-me viver como uma posição incómoda. Deve haver ilhas lá para o sul das cousas Onde sofrer seja uma cousa mais suave. Onde viver custe menos ao pensamento, E onde a gente possa fechar os olhos e adormecer ao sol E acordar sem ter que pensar em responsabilidades sociais Nem no dia do mês ou da semana que é hoje. Abrigo no peito, como a um inimigo que temo ofender, Um coração exageradamente espontâneo Que sente tudo o que eu sonho como se fosse real, Que bate com o pé a melodia das canções que o meu pensamento canta, Canções tristes, como as ruas estreitas quando chove."
Volta e meia - quando sinto necessidade ou quando me apetece - pego num dos meus livros de reflexão e abro-o ao acaso... Quase sempre a mensagem que encontro encaixa na minha vida ou estado de espirito do momento.
Hoje saiu-me esta:
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"À minha frente está um corredor com portas de ambos os lados e cada uma abre para uma experiência nova. Á medida que eu avanço vejo-me a abrir várias portas de experiências maravilhosas que eu gostaria muito de viver. Eu confio que o meu guia interno me esteja a conduzir e a orientar para o caminho que é melhor para mim, e que o meu crescimento espiritual está continuamente a expandir-se. Não tem importância que portas é que se abrem e que portas é que se fecham, porque eu estou sempre segura. (...)
Vejo-me a abrir portas à alegria, à paz, à cura, à prosperidade, ao amor, à compreensão, à compaixão, ao perdão, à liberdade, ao amor-próprio e à auto-estima. Está tudo aqui ao meu alcance."
Mais uma noite de insónia. O pensamento não pára, mesmo quando consigo dormir. A ansiedade não me deixa descansar. Sinto-me esgotada. Mas não posso desistir agora. É uma fase... mas que já vai longa. Preciso parar, sair, conviver... estar em paz, despreocupada. Há quanto tempo... Já nem sei. Só mais um pouco. Há-de chegar... O fio aguenta-se. Eu sei que sim...
Não gosto muito de postar fotos mas estas merecem uma excepção, para recordar um dos melhores momentos do grande dia e agradecer-vos, uma vez mais, por serem assim como são!
"Ser bom é ser aberto ao mundo, é ter capacidade para confiar no que é incerto, naquilo que escapa ao nosso controlo." Martha Nussbaum
"Já vi flores desabrochar em lugares inóspitos e boas acções feitas por homens de cara feia, já vi o pior cavalo ganhar a taça de ouro, nas corridas. Por isso, tenho confiança, também."
John Masefiel
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É o que preciso neste momento - Confiança! Acreditar em mim... Mas tenho muita dificuldade em "confiar no que é incerto"
"A vida é uma caçada interminável que envolve caçadores e caçados numa história natural da dor, lembrava o leopardo Schopenhauer: querer sem motivo, sofrer sempre, lutar sempre, depois morrer e assim sucessivamente, durante séculos, até que o planeta se estilhace em pequenos pedaços."
Obrigada amigos, uma vez mais, por terem estado connosco neste dia tão especial e por terem contribuido para que fosse perfeito. Vocês são SIMPLY THE BEST!!! Obrigada pela vossa amizade e carinho. Estarão sempre no meu coração :-)
"I call you when I need you, my heart's on fire You come to me, come to me wild and wired Mmm, you come to me Give me everything I need Give me a lifetime of promises and a world of dreams Speak a language of love like you know what it means Mmm, it can't be wrong Take my heart and make it strong, baby
You're simply the best, better than all the rest Better than anyone, anyone I've ever met I'm stuck on your heart, I hang on every word you say Tear us apart no, no, baby, I would rather be dead
In your heart I see the star of every night and every day In your eyes I get lost, I get washed away Just as long as I'm here in your arms I could be in no better place
Don't tear us apart no, no, no, Baby, I would rather be dead Oooh, you're the best!" Dedicado ao meu amor. (Faltam 12 dias :-)
"...Eramos crianças. Com alguma antecedência a mãe conseguia pedir emprestados fatos que eu e a minha irmã experimentávamos como se fosse roupa nova para estrear. Experimentavamos tudo até trajar aquele que enchia a nossa imaginação. Nesse dia eramos tudo. Piratas, bailarinas e palhaços. Era com alguma dor que tirávamos os fatos para vestir o pijama, tal a odisseia e o frenesim com que brincávamos envergando aqueles trajes. Uma das vezes até tirámos uma fotografia. E tivemos dinheiro para mandar revelar. Magnífico. Domingo era o grande dia. A mãe enchia-nos as pequenas faces com nivea para depois nos pintar. Tinhamos de ficar muito quietinhas para resultar. O que eu mais gostava era dos brilhantes coloridos que a mãe colocava com o seu dedo nas nossas maçãs do rosto. Ficávamos bonitas. Sentiamos nesses dias, uma beleza especial. Quando estavamos prontas, íamos de encontro aos meus primos, também eles sentindo-se uns cowboys segurando as suas pistolas de água. Uma vez a mãe tinha dinheiro e comprou-me uma pistola de água. Era cor de laranja. Era da cor que mais gosto. Era uma pistola. Fiquei deveras feliz. Os meus primos haviam conseguido uns trocos para balões de água, e enchiamos os bolsos com eles. Ás vezes rebentavam nos bolsos e nós riamos muito, nus de maldade. O meu avó lá estava á nossa espera, para nos dar boleia até á cidade, para finalmente ver o carnaval. Entrávamos dentro do jipe verde, da GNR, pois ele era guarda - motorista. Entrávamos no centro da cidade e ele paráva junto ao quartel. Saiamos quase correndo, em direcção ás bilheteiras. Como eramos todos relativamente pequenos, entrávamos sempre sem pagar. E aí começava a nossa brincadeira. Era correr, lançar balões, e procurar o melhor sítio, onde desse para ver á nossa altura de meninos. Sabiamos que estava a começar quando ouviamos os tambores do grupo que abria o carnaval. Estou com dificuldade em lembrar-me do nome, mas hoje ao que sei já não existe no desfile. Lá vinham as meninas, segurando um artefacto de metal, lançando-o ao ar conforme as batidas dos tambores, todas alinhadas, nos seus trajes sempre iguais ao longo dos anos. Era o grupo que eu mais gostava. E sempre me imaginava a desfilar com elas. Só depois começava o corso carnavalesco. E nós assistiamos a tudo e riamos com as brincadeiras dos que tinham o privilégio de estar lá dentro da rua, a desfilar. E no fim, quando terminava, ansiavamos a passagem do rei e da rainha. Não que eles nos captassem a atenção por serem rei ou rainha, mas apenas porque, enquanto passavam, lançavam serpentinas. Era o delírio. Eram as nossas mãos a tentar agarrar quantas fossem possíveis. Eramos nós a saltar, junto com tantas outras crianças, por aqueles pedaços de papel colorido, enroladinhos. Uma vez consegui apanhar quatro! guardei nos bolsos até as pessoas irem desaparecendo rumo ás suas casas. Partilhavamos então os nossos troféus, a quantidade e as cores. E lançavamos as serpentinas, rolo por rolo, á altura dos nossos sonhos. e sorriamos. Em todos os anos em que este ritual se repetiu, apenas uma vez me lembro de nos terem comprado um pacote de serpentinas. Deve ter sido quando a mãe tinha dinheiro. Hoje vi num hipermercado o preço de um pacote: 40 centimos. Será que alguem ainda corre atrás do rei e da rainha?"
Depois de uma noite bem dormida (coisa rara, nos últimos tempos), levantar e ir caminhar um pouco à beira mar, com o sol a brilhar.
Depois um almoço de convívio com familia e amigos.
Um dia sem estudar/trabalhar, sem horas...
Será com certeza uma semana mais produtiva.
Boa semana para todos :-)
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Não sei porquê!! Porque é que me meto sempre em tudo, quando o ideal é fazer uma coisa de cada vez. Porque quero agarrar o mundo todo e sorve-lo de uma só vez... Porque não sei estar quieta... Porque tenho esta garra toda de viver, de lutar... Enfim... É certo que por vezes me tem sido útil ser assim mas... é muito desgastante. Sinto-me exausta e, como costumo dizer, tenho a certeza que não vou chegar a velha. A minha força interior ultrapassa a minha resistência física. Desde pequena que é assim. Tenho que aprender a ter mais calma, a ser mais paciente... eu sei! Eu sei! Vou tentar!
Fica o agradecimento especial àquela pessoa que está sempre, sempre do meu lado, a minha fonte de energia, de amor, de vida... O meu Nino, claro! Eu não seria a mesma pessoa sem ele...